A convite do Anselmo e na companhia do Francisco trocamos o granito pelas traves de madeira com o cheiro característico e fomos, literalmente, andar na linha.
Fomos dar uma de revisor, de maquinista e até de passageiro que nunca comprará bilhete.
Devido às obras da polémica barragem que afogará (ou talvez não) os últimos 16 a 20kms do vale do Tua e seguindo as excelentes dicas do blogue linhaetua começou-se no pequeno local de Fiolhal com uma descida até ao km. 3 da linha.
Atentos á possibilidade de um qualquer comboio poder aparecer em alguma curva ou na escuridão de um túnel pusemos as botas nas travessas e ai fomos nós vale acima.
E cedo nos apercebemos que a possibilidade de ir até ao Abreiro seria complicada.
Primeiro pela simples razão que as paisagens são arrebatadoras e de nada servia guardar a máquina fotográfica na respectiva bolsa.
E, logo de seguida, pela dificuldade em caminhar pelas curtas distâncias entre as travessas da linha.
Fizemos, ao cabo e ao fim, uma média de pouco mais de 4kms por hora.
Apeadeiro de Tralhariz, um par de túneis, um viaduto, mais um túnel e o Castanheiro.
Outro túnel, uma ponte metálica em perfeito estado e a estação de Santa Luzia onde tem uma passagem de nível que sugere uma ponte que atravessa o Tua.
Mas segundo reza a história tal ponte, construída em 1985, caiu em finais de 2002.
Reza ainda que terá ai existido um teleférico (as bases do mesmo são bem visíveis no lado direito da margem e até mesmo uns cabos), que permitia efectuar a travessia do Tua.
Logo a seguir o apeadeiro de São Lourenço onde existem umas termas e de onde se diz ser possível tomar banho (como ñ subimos à aldeia tão pouco o pudemos confirmar).
E ainda antes da curva que nos leva ao final do percurso o apeadeiro do Tralhão.
Numa curva à direita o vale alarga e na sombra das duas pontes, a nova do IC5 e a antiga da EN314, chegamos à estação da Brunheda, o nosso final.
Atalhamos então até à Nacional subindo até à Brunheda onde apanhamos o serviço de táxi da CP que nos levou de volta ao ponto de partida.
Fica a ideia de tentar percorrer toda a linha num par de dias, de Mirandela a Tua.
Quem sabe, um dia?
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